São já vários os estudos científicos que garantem que comer devagar emagrece. Um estudo recente efetuado no Hospital Pediátrico de Bristol, em Inglaterra e conduzido pela investigadora portuguesa Júlia Galhardo foi mais longe e estudou o efeito que comer devagar tem a nível hormonal.
Comer devagar diminui o Índice de Massa Corporal
Durante um ano, foram estudadas duas hormonas do sistema digestivo que circulam no sangue, relacionadas com os hábitos alimentares. As hormonas são a Grelina que é segregada pelo estômago e que dá a sensação de fome e o Peptídeo Tirosina-Tirosina (PYY) que é segregado pelo intestino e dá a sensação de saciedade.
O estudo durou 12 meses e consitiu na separação de jovens em dois grupos. Um dos grupos teve aconselhamento alimentar, dietético e físico. O outro grupo teve como missão diária pesar os alimentos antes do almoço e do jantar e teve a velocidade e a que comiam monitorada, de forma a que sempre que excediam as 300-350g de alimentos em 12-15 minutos, eram avisados para comerem mais devagar.
No final dos 12 meses, foi medido o Índice de Massa Corporal (IMC) de ambos os grupos. O grupo que teve o tempo de refeição controlado, apresentava uma diminuição do IMC significativamente superior ao outro grupo que apenas tinha mantido uma alimentação equilibrada e exercício físico.
Controlando as hormonas
Já muito se tinha ouvido falar acerca deste assunto, e era senso comum que comer devagar é saudável e evitava ganhar peso, no entanto, eram desconhecidos os efeitos a nível hormonal.
O objetivo é controlar as hormonas que estão alteradas com dietas deficientes e maus hábitos alimentares. O aparelho digestivo informa o cérebro que estamos com fome, e no final da refeição, informa que estamos saciados. Se comermos de forma lenta, as hormonas têm tempo de processamento e enviam essa informação de forma regulada. Assim como, se mastigarmos e saborearmos bem os alimentos, vamos sentir muito mais prazer com a refeição e vamos sentir-nos satisfeitos com muito mais facilidade.
Quando se come muito depressa, o normalmente acontece é que apesar de nos sentirmos completamente cheios, continuamos insatisfeitos. Isto porque não demos tempo para que a informação de saciedade chegasse ao cérebro.
Este estudo mostra, acima de tudo que além de manter uma dieta alimentar equilibrada e exercício físico, se dispensar um pouco mais de tempo para a sua refeição, isso vai também funcionar a seu favor.
Esta investigadora alerta para que nunca se deve perder menos de trinta minutos numa refeição completa, ou seja, que inclua sopa de legumes e prato principal.