Você conhece a Nutrição comportamental? Confira, neste artigo, um pouco sobre essa nova abordagem, como ela funciona e o motivo pelo qual vem ganhando cada vez mais adeptos na área.
Muitas vezes, o pensamento de começar uma dieta pode vir à mente, mas quando se imagina todo o “sofrimento” de mudar sua alimentação, completamente a depender dos seus hábitos alimentares, te afasta de começar uma vida saudável.
Se identificou com esse pensamento? Não se preocupe, existem várias pessoas na mesma situação. Seja por questões de saúde ou estética, é fato que a área de nutrição é muito procurada em busca do emagrecimento e da saída da vida sedentária.
Entretanto, nem todos conseguem atingir as necessidades para alcançar o seu objetivo, o que causa muita frustração, ou outras pessoas exageram nas regras e se tornam obcecadas por esse estilo de vida, o que não é saudável.
Por isso, em 2014, cinco nutricionistas estudaram o comportamento social e perceberam que era necessário um novo tipo de abordagem. Foi assim que surgiu o termo Nutrição Comportamental e o Instituto voltado para essa abordagem.
Confira neste artigo um pouco mais sobre a nutrição comportamental, como ela funciona e o motivo pelo qual ela vem ganhando cada vez mais adeptos na área.
Índice deste artigo
Você sabe o que é a nutrição comportamental?
A nutrição comportamental tem como foco principal o indivíduo, a alimentação se torna consequência desse foco. Algo diferente da nutrição tradicional, mas que vem sendo estudado em outros países muito tempo antes do que no Brasil.
A abordagem tradicional tem fracassado constantemente em grande parte da população. Esse fracasso gera frustração ou uma busca incansável pela perfeição e essa busca prejudica ainda mais seu corpo e mente, causando alguns distúrbios alimentares.
A nutrição comportamental acredita que trabalhar focado no peso, na contagem de calorias, restringir e proibir determinados alimentos e dietas muito restritivas é uma forma errada de ajudar o paciente.
É necessário que se entenda que existe diferença entre comer e se alimentar. Comer trata-se apenas de ingerir alimentos sem nenhuma preocupação, já alimentar-se é procurar o bem-estar para o corpo, uma vida saudável com uma alimentação equilibrada.
Antes de decidir a rotina alimentar de uma pessoa, deve-se levar em conta o estilo de vida, histórico de saúde, hábito alimentar, se possui algum tipo de compulsão e diversas outras variáveis. Afinal, cada pessoa é diferente de outra e precisa de uma avaliação mais específica e adaptada.
Na prática, entenda como funciona essa nova abordagem
A abordagem pode ser considerada nova, mas tem chamado a atenção de diversos profissionais da área pela sua aplicabilidade e resultado positivo. O pensamento restrito a dietas para emagrecimento e ganho de massa muscular está mudando, aos poucos.
A nutrição comportamental tem-se apresentado como uma forma mais humana de tratar as necessidades e problemas do paciente. A parte introdutória como peso, percentual de gordura corporal, medidas do corpo e outros detalhes iniciais estão mantidas, mas foi acrescentado uma conversa mais aprofundada com o indivíduo.
Entender o motivo que o levou a buscar ajudar de um profissional da nutrição é muito importante, mas é de extrema importância buscar o motivo real por trás disso. Muitas vezes, a própria pessoa não consegue reconhecer sua dificuldade ou problema.
Dessa forma, sabendo do que impede o paciente a chegar no seu objetivo, pode-se indicar formas de contornar o impedimento e facilitar a adesão da dieta sem “dores”. Para a solução, algumas técnicas podem ser usadas, como:
- Aconselhamento nutricional
- Entrevista motivacional
- Comer intuitivo (sinais que te levam à vontade e ao desejo, quase incontrolável, de comer, de se saciar)
- Terapia cognitivo-comportamental
A principal proposta dessa nova abordagem é focar em uma alimentação saudável que leve em conta os sentimentos do indivíduo e como eles interferem em sua alimentação.
Mudanças de hábito são sempre necessárias, mas elas podem fluir melhor quando outros fatores forem resolvidos ou tratados. A ideia é que você tenha sucesso no seu objetivo.
Benefícios
Na nutrição comportamental não existe um padrão ou regra a se seguir. O paciente recebe conselhos do nutricionista, com o propósito de incitar a busca pela sua autonomia, onde ele irá agir e pensar sozinho.
Essa abordagem procura reduzir a sensação de dor, culpa e frustração ao mostrar que tudo pode ser adaptável e caminhar no ritmo de cada pessoa.
Entre os inúmeros benefícios dessa abordagem, temos:
- Prazer pela alimentação: o alimento não é mais visto como obrigação ou algo que está relacionado ao sentimento de culpa. Torna-se um momento de satisfação.
- Efeito sanfona reduzido: o ato de engordar e emagrecer constantemente é chamado de efeito sanfona. Ao mudar a mentalidade e a relação com a comida, o indivíduo se alimenta bem e não sofre com dietas restritivas.
- Mudança de hábito confirmada: os hábitos e problemas que machucam e se tornam tóxicos ao corpo e a mente são eliminados, as escolhas passam a levar em conta a vontade interior, se compreendendo melhor e escolhendo métodos que combinam mais com o seu estilo de vida.
Esses são apenas 3 benefícios, mas ao analisar cada um percebe-se que a abordagem remodela hábitos e problemas comuns na nutrição tradicional e busca introduzir, muito mais, o paciente na busca pelo seu objetivo.
Você não precisa largar sua alimentação atual de forma instantânea, apenas irá trocando por alimentos saudáveis aos poucos, introduzindo em sua rotina e tornando mais fácil a aceitação da troca e a constância da sua dieta.
Nutrição comportamental x Nutrição tradicional
É importante ressaltar que a nutrição comportamental não afirma que a nutrição tradicional deve ser abandonada ou desacreditada. A nova abordagem busca, ao invés de apenas passar um plano alimentar, ajudar o paciente a ter sua decisão de escolha de volta, sua autonomia sobre a dieta.
Com esse poder restabelecido, a pessoa poderá consumir alimentos conscientemente, sem cobranças exacerbadas ou fracassos desnecessários. Você pode errar ou cometer deslizes, basta depois voltar para o seu objetivo e tudo fluirá novamente.
Com um lema baseado em “comer tudo, mas não tudo realmente”, essa nova abordagem deixa claro que repudia totalmente a ortorexia, pois a ideia de apenas comer sem vontade ou prazer vai contra a própria proposta.
Diferente da tradicional, a nutrição comportamental não possui restrições diretas, você pode comer sem culpa, mas precisa ter responsabilidade. Mudar hábitos alimentares é complicado, mas se o consumo de alimentos saudáveis cresce e os processados diminui, já se tem uma vitória.
Encontre o equilíbrio entre o agora e o que deseja para amanhã, crie novos hábitos e insira na sua rotina um tempo para cada refeição. Nada deve ser feito às pressas, você deve saborear e sentir o sabor do que come, para então gerar a saciedade e o prazer pela comida.
Indicada a todas as pessoas
O melhor de tudo é que a nutrição comportamental não tem restrições, porém é mais indicada às pessoas que não conseguem se ajustar ou até começar dietas através do método tradicional.
Pessoas que sofrem de compulsões alimentares, que costumam comer muito quando estão estressadas ou ansiosas, por exemplo, são pacientes que devem escolher essa nova abordagem para chegar no seu objetivo.
Outro grupo indicado são aquelas pessoas que não conseguem seguir dietas pela sua rotina diária, que impede que consiga se alimentar bem. Indivíduos que precisam de dieta por questões de saúde também são indicados para essa abordagem.
De forma resumida, toda pessoa que tem problemas com a nutrição tradicional, que já tentou e fracassou ou que sabe que não conseguirá seguir tantas restrições alimentares.
Entender os problemas que você possui, buscar melhorar e tratar seu lado interno antes de pensar na alimentação ou paralelamente a aplicação da dieta pela nova abordagem, e sentir prazer ao consumir alimentos saudáveis, isso é o que se busca.
Hábitos saudáveis sem sofrimento
Sofrer ao se alimentar não deve se tornar regra. Como visto anteriormente, essa dificuldade com a alimentação pode ser consequência de problemas maiores que impactam a sua saúde.
É preciso entender que uma vida saudável não deve ser sinônimo de tortura ou raiva por falhar. Errar é permitido dentro da nutrição comportamental e está tudo bem. Lembre-se que você precisa entender os motivos da sua falha e se perdoar para o processo funcionar.
Hábitos saudáveis sem sofrimento, esse é um dos pontos mais levantados pela nutrição comportamental, que vem mudando a mentalidade dos nutricionistas e mostrando a necessidade em se buscar o melhor para o paciente.
A medicina humanitária já alcançou diversas áreas e a nutrição é mais uma delas, o ato de ouvir muito mais do que falar é essencial no desafio de se alcançar a medalha de ouro, de chegar ao objetivo do paciente.
Entenda o paciente que te procura, fale mais dos seus problemas e seja verdadeiro com o profissional que te acompanha. Essa troca aumenta as chances de sucesso de qualquer desafio.