A farinha está muito presente desde sempre na nossa alimentação e com o passar do tempo têm vindo a aparecer cada vez mais alternativas à tradicional farinha branca. As prateleiras dos supermercados estão repletas de variedades diferentes e isso nos traz uma possibilidade de escolher o produto que melhor atende a nossa necessidade. Mas a farinha engorda? Todas essas variedades e alternativas engordam? Hoje vamos ver se todas elas são vilãs e se todas contribuem para ganhar uns quilinhos ou se há alternativas mais saudáveis!
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A farinha engorda? A farinha faz mal?
A farinha engorda mesmo? Sim e não, pois essa condição estará associada diretamente à quantidade e tipo dela. As calorias que você consome derivadas da farinha ou de qualquer outro alimento são armazenadas como gordura quando o seu corpo não precisa de energia. O segredo está no consumo equilibrado e na escolha do produto certo.
Farinha de aveia
A farinha de aveia oferece diversos nutrientes importantes, como fibras, proteínas, cálcio, gorduras, vitaminas, cobre, zinco, potássio e muitos outros. Isso não significa que ela não seja calórica – meia xícara carrega aproximadamente 404 calorias. Uma vantagem da farinha de aveia é que ela é considerada uma alternativa sem glúten logo é segura para pessoas com alergia ou intolerância. Além disso, essa farinha proporciona benefícios para a saúde – ela ajuda a reduzir o risco de doenças cardíacas, diminui a pressão, pode manter os níveis de colesterol saudáveis e é capaz de contribuir com os níveis normais de açúcar no sangue. A farinha de aveia engorda apenas se o seu consumo for excessivo, mas se a sua ingestão for administrada da forma correta ela pode trabalhar a seu favor, pois é capaz de “encher”, e isso faz você se sentir mais satisfeito e por muito mais tempo.
Farinha de amêndoas
A farinha de amêndoas é feita através da moagem das amêndoas, e contribui relevantemente com a saúde do coração, ajuda a controlar o açúcar no sangue e pode até mesmo prevenir alguns tipos de câncer, entre muitos outros benefícios. Sua composição é rica em nutrientes: ¼ de xícara contém 160 calorias, poucos carboidratos, proteínas, gorduras, boas quantidades de fibras, além de vitaminas, magnésio, ferro, cálcio, potássio e quantidades significativas de manganês, riboflavina, fósforo e cobre.
Farinha de coco
A farinha de coco é a favorita daqueles que fazem a dieta paleo, low carb, sem glúten e também é uma alternativa para pessoas com doença celíaca ou com sensibilidade ao glúten, problemas digestivos. ¼ de xícara contém aproximadamente 120 calorias, gorduras, proteínas, fibras e carboidratos. Também contém baixo teor de açúcar, além de não alterar muito o índice glicêmico, o que significa que ela não provoca picos de açúcar no sangue que provocam a sensação de fome.
A farinha de coco é um ingrediente que pode contribuir com o emagrecimento, pois seus altos níveis de gorduras saturadas saudáveis são usados com muita facilidade pelo corpo para gerar energia e ajudam a manter um metabolismo saudável, o que é interessante para quem está tentando perder peso. Além disso, seu alto teor de fibra alimentar que não é absorvido pelo corpo dificulta que algumas calorias e carboidratos presentes sejam absorvidos e usados pelo corpo, ajudando a eliminar as toxinas e os resíduos.
Farinha de tapioca
A farinha de tapioca é feita a partir das raízes de mandioca, que são naturalmente ricas em carboidratos e seu amido é considerado um dos mais puros que existe. Mas quanto aos nutrientes, podemos dizer que ela não é uma das melhores fontes, pois seus níveis de proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras são baixos. Aproximadamente ¼ de xícara de farinha de tapioca contém 100 calorias e 26 gramas de carboidratos e quase nenhum açúcar, gordura e proteína. A farinha de tapioca pode ser uma aliada para perder peso, principalmente se ela for consumida na quantidade certa, pois o fato de ter poucas calorias e sua versatilidade permite a utilização em muitas receitas e colabora com aqueles que estão em uma dieta de emagrecimento. Por isso mesmo é que ela é indicada para pessoas que estão realizando uma dieta de baixa caloria, diabéticos, pessoas com pressão alta, colesterol alto, alergias e problemas digestivos.
Farinha de rosca
Essa farinha também é conhecida como farinha de pão, ou pão ralado e contém mais proteína do que a farinha de trigo branca. A farinha de rosca pode substituir a farinha de trigo em algumas receitas e é muito utilizada para empanar carnes e vegetais antes da fritura, justamente por proporcionar uma crosta mais saborosa neste tipo de prato. A farinha de rosca engorda um pouco mais do que as anteriores, primeiramente porque é calórica – apenas 137 gramas contêm cerca de 495 calorias, gorduras, carboidratos, algumas fibras, proteínas e algumas vitaminas. A composição nutricional da farinha de rosca não a torna a opção mais interessante.
Farinha de grão de bico
A farinha de grão-de-bico é considerada um alimento rico em fibras que também oferece vitaminas e minerais como cálcio e magnésio, selênio, que é um mineral antioxidante poderoso, bem como ferro e uma quantidade relevante de proteína vegetal, e não contém glúten sendo apropriada para celíacos. Aproximadamente ½ xícara de chá contém uma média de 178 calorias, mas pela grandeza de sua composição, é possível afirmar que essas calorias não são vazias.
A farinha de grão-de-bico pode ajudar a emagrecer, pois sua composição é rica em fibra total e solúvel, bem como o amido resistente, que contribui com o baixo índice glicêmico. Ela é capaz de impulsionar a digestão e prevenir a prisão de ventre, além de incluir mais fibras na alimentação, que é uma recomendação frequente para perder peso. Isso é possível porque as fibras são capazes de aumentar de tamanho nos intestinos, o que desativa os sinais de fome, sem contar que são pobres em calorias, principalmente se considerarmos que o corpo não consegue digerir os carboidratos da fibra. Elas também trazem saciedade, então é comum se sentir satisfeito por mais tempo – isso é resultado dos efeitos estabilizadores do açúcar no sangue dos alimentos fibrosos.
Farinha de sorgo
O sorgo é um grão 100% integral, que é moído em uma farinha fina que pode ser usada de várias maneiras para cozinhar e assar. Essa farinha fornece grandes quantidades de fibras, é uma ótima fonte de proteínas, ferro, vitaminas do complexo B, além de ser rica em antioxidantes como os compostos fenólicos e antocianinas. O sorgo também ajuda a emagrecer porque contém taninos que são conhecidos por combater a obesidade, e como é cheio de fibras contribui muito para a digestão, promove uma maior saciedade, impedindo o consumo excessivo de calorias. A farinha de sorgo é capaz de equilibrar o açúcar no sangue, combater a inflamação, o que melhora algumas doenças mesmo que ¼ de xícara contenha cerca de 120 calorias.
Farinha de trigo
A farinha de trigo é sim, bem calórica, claro que ela não é a única responsável pelo ganho de peso, mas por estar presente de forma excessiva na maioria dos alimentos com baixo valor nutricional e ricos em açúcar e gordura, acaba se tornando inimiga da balança. Ela contém glúten e por esse motivo não é tolerada por pessoas que sofrem com a síndrome do intestino irritável, doença celíaca, sensibilidade ao glúten, entre outros. A farinha de trigo branca é a farinha mais comum, popular, acessível e barata e é feita a partir de grãos de trigo altamente refinados e processados.
A farinha branca é perigosa e não oferece grandes benefícios, porque além de não oferecer quase nenhum nutriente, quando você come o seu corpo irá digerir rapidamente, o que provoca um pico de açúcar no sangue, seguido de uma queda e, com o nível de açúcar no sangue esgotado, o seu corpo precisa de mais combustível, condicionando-o a comer mais ao longo do dia.
Farinha de mandioca
Rica em carboidratos, a farinha de mandioca é mais usada para quem quer ganhar peso.
Ela não possui fibras e por isso não gera saciedade, o que leva ao aumento de comida ingerida por refeição.
A farinha é um alimento pouco processado que possui minerais como ferro, cálcio, magnésio e potássio, e ajuda a equilibrar o prato.
Ela não contém glúten, que é uma proteína que em excesso pode causar processos inflamatórios no corpo.
Se ingerir farinha de mandioca em grandes quantidades, ela pode engordar e por isso também é preciso prestar atenção no que acompanha a farinha: gorduras como manteiga e óleo, embutidos e sal aumentam as calorias dos alimentos.
Para não engordar, a indicação é comer 1 colher por dia de farinha de mandioca. A farofa também não é indicada para quem está de dieta, pois é uma preparação com mais calorias e gordura.
A farinha deve acompanhar a refeição com carne e saladas, pois esses alimentos ajudam a aumentar a saciedade e diminuir a carga glicêmica da refeição, contribuindo para evitar o ganho de peso.
São muitos os benefícios da farinha de mandioca:
- Dá energia, por ser rica em carboidratos,
- Previne câimbras, e favorece a contração muscular, por ter bastante potássio
- Ajuda a prevenir a anemia, por conter ferro
- Ajuda a relaxar e controlar a pressão arterial, devido ao teor de magnésio.
Esses benefícios são obtidos com o consumo de farinha de mandioca simples ou na forma de farofa caseira, desde que feita com pouca gordura.
A farofa industrializada não é recomendada, pois contêm muito sal e gorduras.
Farinhas do bem: veja quais são saudáveis e os benefícios que elas trazem para a saúde
Atualmente é possível encontrar diversos tipos de farinha que fazem bem ao nosso organismo.
- Farinha de castanhas: Possui maior percentual de gorduras monoinsaturadas, além de serem boas fontes de selênio, zinco, potássio, magnésio, tocoferol, β-fitoesterol, vitaminas do complexo B, carotenóides e outros compostos. Entre seus benefícios, destaca-se a diminuição dos níveis de LDL-c e melhora do perfil lipídico.
- Farinha de linhaça: é rica em ácido graxo ômega 3, e atua como precursor de EPA e DHA, e tem ação anti-inflamatória. Apresenta benefícios sobre a saúde cardiovascular e a cognição.
- Farinha de coco: Tem bastante polifenóis, catequinas, flavonoides e taninos, compostos com ação anti-inflamatória e antioxidante, além de estimular a produção de ácidos graxos de cadeia curta e melhora no perfil lipídico.
- Psyllium: é rico em fibras solúveis, atuando na motilidade do TGI, saciedade e é uma ótima opção para aumentar a quantidade de fibras no consumo diário, principalmente para quem está fazendo dietas que tem como foco a redução de carboidratos e as dietas cetogênicas.
Farinhas que são permitidas nas dietas low carb e cetogênica
Todos ingredientes à base de farinha de trigo são eliminados mas há outras opções que podem ser utilizadas nas receitas de massas e pães.
Se engana quem acha que só por estar fazendo uma dieta low carb ou cetogênica que não vai conseguir consumir farinha nenhuma. Há outras alternativas que tornam possível fazer bolos, massas e pães.
Mas como essas farinhas tem uma composição diferente da farinha de trigo, nem sempre será possível substituir na mesma proporção.
A farinha de coco por exemplo possui dez vezes mais fibras do que a farinha de trigo refinada.
Isso significa que uma pequena quantidade desta farinha é suficiente para obter a mesma consistência em receitas.
Ela é caracterizada pelo sabor adocicado e grande quantidade de fibras. Raramente é usada sozinha em receitas porque precisa de muitos ovos para equilibrar as fibras, por isso é comum misturar a farinha de coco com a farinha de amêndoa ou com psyllium, o que melhora a textura e o sabor.
Podemos dizer que a proporção é de 1 medida de farinha de trigo para 2 medidas de farinha de coco.
A farinha de amêndoas também é uma alternativa à farinha de trigo comum, pois tem menos carboidratos.
Ela ajuda a reduzir o colesterol LDL, conhecido como colesterol ruim, e diminui a resistência à insulina. A proporção pode ser de uma medida de farinha de amêndoas para uma medida de farinha de trigo. Ela é ideal para usar para panificação e preparo de alimentos empanados.
A farinha de chia é boa porque é rica em fibras solúveis. Os seus grãos podem absorver de 10 a 12 vezes o seu peso em água, tornando-se gelatinosos.
Isso aumenta a sensação de saciedade e contribui para a perda de peso.
A fibra que está presente na farinha de chia também alimenta as bactérias benéficas do intestino, tornando-a importante para a saúde.
Indica-se usá-la com outras farinhas em preparações como pães, muffins, bolos e massas. Principalmente na panificação, pode-se usá-la como substituta de até 30% da farinha comum.
A farinha de linhaça também absorve uma grande quantidade de líquido, por isso geralmente é misturada com outras farinhas. O farelo de linhaça pode ser usado sozinho ou acompanhado das sementes de chia. É mais indicada para a produção de biscoitos.
O psyllium absorve muita água e incha, o que dá mais consistência à estrutura dos alimentos. Recomenda-se adicionar um pouco de psyllium às receitas cetogênicas feitas com farinha de amêndoa para ter uma textura mais parecida com a de um pão tradicional. Você também pode misturá-lo com a farinha de amêndoas ou a de coco em partes iguais. É a farinha mais indicada na panificação.
Por fim, não podíamos deixar de falar da aveia. Ela tem atividade antioxidante, anti-inflamatória e antiproliferativa, o que fornece proteção adicional contra doenças coronárias, câncer de cólon e irritação da pele. Também é uma farinha bastante usada para a panificação.