Se você é do tipo de pessoa que “belisca” o dia inteiro e ainda na hora das refeições não tem tanta fome ou come de forma equilibrada, você pensa na qualidade de nutrientes que está ingerindo?
As decisões que tomamos sobre a alimentação são totalmente influenciadas por forças mentais e fisiológicas e muitas vezes estão fora da nossa consciência e controle.
Quem sofre de Transtorno do Comer Compulsivo ou Compulsão alimentar, tende a comer muito quando está psicologicamente abalado ou sob pressão.
O cérebro acaba associando os sentimentos à comida, e por isso é desenvolvida a compulsão alimentar.
Para evitar isso, é preciso identificar quais são os gatilhos que levam à prática da compulsão, pois somente tratando isso você poderá encontrar meios de controlar toda essa fome.
A fome mesmo ocorre quando há uma queda na taxa normal de glicose no sangue, alertando o organismo de que ele precisa de mais energia para funcionar de forma correta.
O segredo é simples: devemos comer quando temos fome.
Ah, mas se você é daquelas pessoas que “têm fome sempre” deve identificar os gatilhos e buscar equilíbrio entre corpo, mente e espírito, pois provavelmente é o seu vazio emocional que está fazendo você comer de forma compulsiva.
Muitas pessoas utilizam os carboidratos para alimentar ansiedades, frustrações e expectativas. É um erro comum na sociedade, e ainda, a combinação de cortisol alto, estresse, má alimentação e elevação da insulina são a causa do sobrepeso e doenças crônicas degenerativas.
Conhecer os tipos de fome é essencial para se manter no peso. Quando a pessoa não busca na comida a solução dos seus problemas da vida, fica mais fácil evitar comer o que não se deve.
A ansiedade, o estresse, o tédio e os hábitos negativos são grandes vilões quando o assunto é emagrecer.
Pessoas que têm problemas no trabalho também costumam a descontar na comida, buscam um escape para momentos de pressão no ambiente corporativo.
Índice deste artigo
Fome física
Esse tipo de fome é o que retrata a necessidade fisiológica de nutrientes e o organismo pede comida. Ocorre quando a barriga começa a roncar, o que já é um aviso que é preciso manter o balanço energético.
Levando em conta as necessidades e hábitos das pessoas, é recomendado fracionar as refeições a cada três ou quatro horas e comer bastante frutas e gorduras do bem. Essas fontes de energia auxiliam no transporte de vitaminas e na adequação hormonal.
Evite alimentos com alta concentração de sódio para manter uma dieta saudável.
Mas como matar a fome física?
- Mantenha uma rotina organizada, estabelecendo horários para se alimentar
- Faça refeições completas e mastigue bastante cada garfada
- Aposte em alimentos ricos em fibras, que vão garantir a sua saciedade por mais tempo.
Fome emocional
A fome emocional surge do nada e com urgência, quando há necessidade de usar o alimento para se livrar da ansiedade, culpa, tristeza ou cansaço depois de um dia longo de trabalho.
As pessoas não se alimentam apenas para saciar a fome, mas também porque sentem prazer em comer.
É a famosa forma de recompensa, merecimento, resposta ao estresse e outros fatores que não tem a ver com o apetite, e se você sofre com isso, deve procurar um especialista.
A compulsão por alimentos é uma forma de acolhimento emocional. Cada pessoa tem uma forma de expressar seus sentimentos, mas é importante tomar conhecimento do que está levando a um distúrbio alimentar, tanto no excesso quanto na falta.
O clássico “hoje eu mereço” também pode ser classificado como fome emocional. Ela pode interferir na relação com a comida, pois a pessoa usa o alimento para mascarar o fator emocional do momento. Nesses casos é importante contar com a ajuda de um nutricionista, para reconhecer o processo e ser ajudado.
Para administrar a fome emocional, procure atividades que te darão prazer:
- Se não tiver tempo para ir à uma academia, faça um treino online
- Escute músicas que você goste
- Leia um livro
Fome específica
Também está relacionada à fome fisiológica ou emocional. A fome específica envolve alimentos preferidos pela pessoa há algum tempo não eram degustados. É a memória que está relacionada ao prazer de comer algo. É conhecida pelo famoso desejo… aquela vontade que dá de vez em quando de comer certa coisa. Geralmente conseguimos controlar o desejo de comer algo, mas isso se torna um problema quando vira compulsão.
Fome social
Ela surge quando a pessoa come por estar em eventos sociais ou confraternizações, mesmo sem vontade. Geralmente a fome social aparece quando a pessoa vê determinado alimento ou sente seu cheiro.
Para não correr o risco de comer demais em festa, faça um lanche saudável antes de ir, para comer pequenas porções, sem exagero.
Depois de uma festa, se você sentir que extrapolou na comida, não se culpe por isso. Não se cobre, afinal, não podemos perder o prazer em comer.
Faça um exercício de consciência para que, antes de comer, você tente descobrir qual tipo de fome realmente está sentindo.
Pergunte-se:
- Há quanto tempo você fez sua última refeição?
- A vontade de comer apareceu do nada?
- Seu corpo deu sinais de fome física? (estômago roncando, fraqueza e dor de cabeça)
Não seja tão rígido com você mesmo. Tudo bem comer um bolo de vez em quando, mas pense sempre se você não está comendo mais do que deve. Há pessoas que comem até passar mal e isso é um grave sinal de compulsão.
Mindful eating (comer com atenção plena)
Já ouviu esse termo? Sabe o que significa mindful eating?
Também chamada de comer com atenção plena, essa prática trabalha a importância de estar atento ao momento presente, com consciência aos sinais do corpo, pensamentos, sentimentos e sensações ao ter contato com a aparência, aroma, textura e sabor dos alimentos, sem julgamentos.
Ficar atento ao tipo de fome que você está sentindo é o primeiro passo para ter uma alimentação mais consciente e simples.
Os benefícios à saúde com a prática do mindful eating são amplamente descritos na literatura, como: melhora na digestão dos alimentos, bem estar emocional, conhecimento e respeito aos sinais do corpo, e com isso, melhor identificação de alguns sintomas ruins também como o desconforto causado por algum tipo de alimento por exemplo.
Etapas importantes do mindful eating:
- Observar os sinais do corpo para saber se realmente está com fome
- Saborear bem os alimentos, sentindo o aroma, textura.
- Esteja presente, desligue o celular e a televisão quando estiver comendo.
- Não julgue, esqueça a quantidade de alimentos que você está consumindo, lembre-se que a comida é mais do que simples nutrientes.
Quando somos crianças geralmente temos nosso sistema de fome e saciedade bem apurado, mas vamos perdendo o controle biológico ao longo do tempo, tanto porque comer também é social, tanto por influências e o excesso de distrações a que somos expostos durante o nosso desenvolvimento.
Pode parecer difícil, mas retomar essa conexão e principalmente, identificar os tipos de fome é possível e a prática do mindful eating pode ajudar muito.
Não pense que a falta de apetite também não pode ser um problema. Apesar de acontecer de forma recorrente com várias pessoas, essa situação não pode ser encarada com algo normal e deixada de lado. Não sentir fome é um problema que deve ser verificado com um profissional.